terça-feira, 13 de novembro de 2012

Novo antibiótico trata infecções desarmando as bactérias


       Abordagem pode ser solução para tratamento de infecções causadas por microrganismos que se tornaram resistentes aos medicamentos


Acinetobacter baumannii
       Acinetobacter baumannii: bactéria teve sua ação letal interrompida por uma molécula chamada LpxC-1.  (Janice Haney Carr)

         Um novo tipo de antibiótico foi desenvolvido para desarmar as bactérias — e não matá-las, como fazem os antibióticos tradicionais — para combater infecções. Essa nova abordagem, segundo os pesquisadores, poderia resolver o problema de microrganismos que se tornam resistentes aos remédios. O estudo em torno do antibiótico foi descrito na edição de outubro do periódico mBio, da Sociedade Americana de Microbiologia.
        "Tradicionalmente, os pesquisadores buscam antibióticos que matem rapidamente as bactérias. Porém, nós descobrimos uma nova classe desses remédios que não possui a capacidade de exterminar os microrganismos, mas ainda assim consegue proteger o corpo contra infecções, pois impede completamente as bactérias de iniciarem o processo inflamatório", diz Brad Spellberg, especialista da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, e um dos autores do estudo.
          A pesquisa, feita com camundongos, observou que esse antibiótico foi capaz de inibir os efeitos potencialmente letais causados por uma infecção pela bactéria Acinetobacter baumannii. Esse microrganismo, que provoca infecções na corrente sanguínea ao liberar uma toxina letal, frequentemente atinge pacientes que estão hospitalizados ou então pessoas com a imunidade comprometida por meio de feridas abertas, catéteres ou tubos de respiração. Certas estirpes da bactéria vêm adquirindo resistência a uma grande variedade de antibióticos, enquanto outras já se tornaram resistentes a todos os remédio disponíveis atualmente.
          O resultado do estudo foi obtido pois o antibiótico impediu, usando uma molécula chamada LpxC-1, que uma das substâncias tóxicas da bactéria responsável por provocar a resposta inflamatória — o que é, de fato, aquilo que pode provocar a morte de um paciente que já tem alguma doença grave - fosse liberada nos camundongos. Segundo Spellberg, embora poucos pesquisadores explorem esse tipo de ação de um medicamento, tal viés pode resultar em novas drogas mais eficazes, especialmente contra infecções resistentes.

CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Inhibition of LpxC Protects Mice from Resistant Acinetobacter baumannii by Modulating Inflammation and Enhancing Phagocytosis.
Onde foi divulgada: revista mBio.
Quem fez: Lin Lina, Brandon Tana, Paul Pantapalangkoor, Tiffany Ho, Beverlie Baquir, Andrew Tomaras, Justin Montgomery, Usa Reilly, Elsa Barbacci, Kristine Hujer, Robert Bonomo, Lucia Fernandez, Robert Hancock, Mark Adams, Samuel French, Virgil Buslon e Brad Spellberg.
Instituição: Universidade da Califórnia em Los Angeles, Estados Unidos.
Resultado: Um antibiótico que, em vez de matar, inibe uma certa bactéria de liberar sua substância tóxica responsável por provocar uma resposta inflamatória, pode ser uma potencial opção de tratamento.

http://veja.abril.com.br/noticia/saude/novo-antibiotico-trata-infeccoes-desarmando-as-bacterias
03/10/2012 - 09:28

4 comentários:

  1. Ao estudarmos os antibióticos na disciplina de microbiologia, conhecemos os diferentes sítios de ação que são: Inibição da síntese de parede celular, e dessa forma a célula pode ser destruída por lise osmótica; dano a membrana celular, podendo ocasionar a perda de metabólitos, portanto a destruição celular; inibição da síntese de proteínas, levando a morte da bactéria; Atuação no DNA interferindo na replicação e transcrição de DNA e inibição de síntese de metabólitos essenciais, moléculas necessárias ao metabolismo, interrompendo o crescimento da célula. A pesquisa a cima nos mostra uma nova forma de ação de antibióticos.
    A pesquisa feita com a bactéria Acinetobacter baumannii, que já havia demostrado resistência a vários tipos de medicamentos, mostrou que o novo antibiótico agiu na inibição da produção de uma das substâncias tóxicas que causava a resposta inflamatória. Segundo Spellberg, esse caminho de "neutralização" de bactérias ainda é pouco explorado pelos pesquisadores, mas pode fazer a diferença na busca por um medicamento mais eficaz.
    A forma de ação do novo antibiótico, referente a notícia publicada, se difere de todas as formas antes estudadas, visto que, não há destruição do microorganismo ou inibição do crescimento, e ainda assim consegue impedir a infecção. Podendo ser a solução para o tratamento de microorganismos que se tornaram resistentes a medicamentos. E ser menos prejudicial a saúde humana, visto que, antibióticos comuns podem alterar as próprias células humanas, e como esse antibiótico novo, desempenha função sobre substância específica, haverá modificação apenas nas células bacterianas.

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  2. De acordo com a notícia publicada, pesquisadores da Universidade da Califórnia estão trabalhando no desenvolvimento de um novo tipo de antibiótico que, em vez de matar as bactérias, desarmam esses organismos e os tornam inofensivos.
    O medicamento, batizado temporariamente como LpxC-1, foi desenvolvido para combater um tipo de bactéria resistente à ação dos antibióticos convencionais — a Acinetobacterbaumannii —, responsável por provocar infecções mortais em pacientes hospitalizados que se encontram entubados, com ferimentos abertos ou com a imunidade muito baixa.
    Segundo os pesquisadores, o novo antibiótico neutraliza a ação de bactérias ao agir sobre as toxinas que causam as infecções. Assim, conforme explicaram os cientistas, neutralizar os fatores virulentos oferece grande potencial como alternativa no tratamento de infecções, pois permite controlar o hospedeiro em vez de matar o organismo patogênico. Até o momento, o LpxC-1 foi testado com sucesso em camundongos, e os testes com humanos devem ser iniciados em breve.

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  3. Os mecanismos de ação dos antibióticos seguem uma sequência onde inibem a síntese da parede celular que é a responsável para proteger a bactéria da lise osmótica,com a inibição da síntese do peptideoglicano, a parede celular se torna muito frágil e a célula sofre lise. Ocorre a inibição da síntese proteica, onde há interação com o ribossomo bacteriano, os antibióticos atuam no DNA, interferindo com os processos de replicação e transcrição do DNA dos micro-organismos, podem causar dano a membrana plasmática alterando a estrutura ou afetam a permeabilidade de membrana.
    Alguns micro-organismos são exclusivamente resistentes a certos antibióticos que é considerado a resistência natural e as bactérias sensíveis podem adquirir resistência, chamada de resistência adquirida.
    E isso vai prejudicar muito o organismo, pois o efeito dos antibióticos não vai estar em eficiência máxima. Logo essa descoberta vai atuar diretamente no organismo, e ao atuar sem que ocorra a morte celular bacteriana, acredito eu que as bactérias não vão procurar adquirir resistência a esse antibiótico, pelo menos por enquanto. Porém inibindo a liberação de exotoxinas e endotoxinas em outros casos, e no caso do artigo a inibição da toxina letal. mesmo que os organismos entrem pelas portas de entrada dos patógenos, essa nova descoberta vai fazer com que o antibiótico consiga resolver o problema, sem causar também infecções por muitas bactérias mortas na célula.

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  4. Vemos que o probiótico mais conhecido é o lactobacilo, que pode ser encontrado em iogurtes, leite fermentado e coalhada. A eficiência desse alimento é reconhecida há muitos anos, principalmente na eliminação de toxinas do organismo que surgem causadas pelo aumento das bactérias intestinais nocivas

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